07/09/2008

sinopse

«Efémera é um espectáculo que nos fala da vida, da morte, das dormências e dos despertares individuais e colectivos da vida moderna…

Em Efémera, uma estrada secundária do Alentejo interior é palco de um espectacular acidente rodoviário, que consuma no choque o encontro de duas existências inquietas, a de Catarina, jovem mulher em fuga à escalada depressiva que afunda a sua vida na cosmopolita Lisboa, e Pedro, homem vivido e encontrado nas suas raízes alentejanas, de cuja vida tranquila dedicada à agricultura e aos ritmos da natureza se apodera uma crescente inquietação interior. Esse poderoso instante despoleta significativas mudanças nas suas vidas, levando à hospitalização de Pedro e Catarina, que permanece em coma. Num febril “flashback”, são reveladas ao público as circunstâncias que levam a jovem a empreender esta viagem, culminando no momento do acidente, que é também o do despertar, e em que Pedro e Catarina se encontram e se lançam, numa vertiginosa queda, nos braços fortes do amor.» Rita Fouto


CONTEXTO

«(...) certo género de libélulas, justamente chamadas ephemera, vive apenas escassas horas, todo o tempo do mundo, entre a aurora e o poente. Nascem com os primeiros raios de sol. Morrem ao cair da noite. Acreditam, talvez, que o mundo inteiro se extingue com elas. Algumas, as mais longevas, lançam-se, no terror das primeiras sombras, em direcção aos candeeiros, ou de encontro às altas labaredas das fogueiras, como quem salta para os braços fortes da vida – e assim se perdem.»

Faíza Hayat, Crónica Conversas com o Espelho, Jornal Público, Suplemento XIS, 02.08.2003

Este texto de Faíza Hayat inspirou o título da peça, e inscreveu-se na ideia central do texto que a suporta e em torno do qual todo o espectáculo se desenvolve, a «tese de Efémera». Também serve a «a arte efémera» que não raro caracteriza as propostas teatrais contemporâneas, na confluência de múltiplos contributos e em face de inúmeras variáveis, que vão muito para além do texto e da interpretação dos actores, tornando únicos e irrepetíveis os momentos da sua apresentação. Em efémera, acresce ao texto um intensivo trabalho, com os actores, de criação de uma linguagem de movimento corporal, que inclusive conduziu à criação de um storyboard para a peça, culminando na edição de um livro de Banda Desenhada. Há ainda que considerar o trabalho de comunicação gráfica e audiovisual do espectáculo enquanto produto cultural. Por tudo isto, Efémera será uma proposta irrepetível, que nasce e finda a cada momento da sua apresentação.

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